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Utilização correcta da vírgula ...

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Post by Kangas Thu Oct 25, 2012 12:50 pm

Tal como aconteceu para a Língua Inglesa, hoje falamos do uso correcto da vírgula na Língua Portuguesa.

Em Português, a vírgula utiliza-se no interior das frases, para separar orações ou elementos dessa mesma frase. Ela indica uma pausa muito pequena na pontuação.

Vejamos agora as diferente utilizações da vírgula, segundo a Gramática do Português Moderno da Plátano Editora:

  • Separar o vocativo

    A vírgula utiliza-se para separarar um nome ou equivalente que é utlizado no discurso directo, para invocar ou chamar um ser ou objecto em particular. A esse nome ou equivalente dá-se o nome de vocativo.
    Exemplo: Susana, empresta-me o teu dicionário por favor.


  • Separar o aposto:

    A vírgula utiliza-se também para separar o aposto. Este consiste num elemento que é acrescentado a um nome, pronome ou equivalente e que os completa através de uma explicação suplementar. O aposto é sempre delimitado por vírgulas.
    Exemplo: O André, que sempre foi um excelente aluno, acabou a Licenciatura com excelência.


  • Em enumerações:

    Utilizamos vírgulas, quando queremos enumerar palavras ou expressões que tenham a mesma função dentro da frase. Atenção que a vírgula não pode ser utilizada, quando essas enumerações estiverem ligadas pelas conjuções e, nem ou ou.
    Exemplo: O Carlos fala português, inglês, alemão e francês.


  • Nas conjunções adversativas:

    A vírgula é utilizada antes da conjunção adversativa mas, e para separar as conjunções adversativas porém, todavia e contudo. Contudo, se essas conjunções fazem parte de um segmento da frase, o qual não queremos separar para que não se perça a sequência, então a segunda vírgula não será utilizada.
    Exemplos: Ele fica sempre calado, mas desta vez decidiu falar bem alto.
    Todos sabem, porém, que se não fosse a gravidade do assunto, ele nunca falaria.
    Ninguém viu, contudo todos sabem que é verdade.


  • Separar orações assindéticas:

    Utiliza-se a vírgula na separação de orações assindéticas. Orações assindéticas são aquelas que não possuem uma conjunção de ligação.
    Exemplo: Foram de férias para o Algarve, sairam de manhã cedo, querem aproveitar o dia para ir à praia.


  • Separar uma oração subordinada que se encontra antes da subordinante:

    Muitas vezes, utilizamos a vírgula na separação de orações subordinadas que se encontram antes de orações subordinantes, para que estas se tornem mais claras.
    Exemplo: Quando a Susana chegou, ele tinha já o jantar pronto.


  • Separar o complemento circunstancial antes do sujeito:

    Tal como no ponto anterior, é muitas vezes conveniente utilizar vírgula, para separar complementos circunstanciais que ocorrem antes do sujeito. Contudo, mesmo quando estes complementos circunstanciais ou orações coodenadas e subordinanas ocorrem depois do sujeito, é frequente separá-las por vírgulas, para que se obtenha uma frase mais clara e expressiva.
    Exemplos: Dias mais tarde, ele recebeu a encomenda que lhe enviei.
    Ele recebeu a minha encomenda, dias mais tarde, toda encharcada e enrugada.


  • Separar orações entrecaladas:

    Utliza-se vírgula, para separar orações ou parte de orações que estejam intercaladas dentro de uma oração.
    Exemplo: No Verão, como anoitece mais tarde, vamos sempre dar uma voltinha depois de jantar.


  • Separar orações gerundivas e participiais ou equivalentes:

    A vírgula é utilizada na separação de orações gerundivas ou participais, quando estas ocorrem no início da frase.
    Exemplos: Colocando todas as culpas na Primeira Ministra, ele excluiu-se de qualquer responsabilidade.
    Obcecado com o novo telemóvel, ele quase nem deu atenção aos convidados.


  • Separar orações relativas explicativas:

    Também se utiliza vírgula, para separar orações relativas explicativas, uma vez que estas são importantes para a compreensão da frase.
    Exemplo: O Pedro, que é piloto, explicou-nos melhor todos os procedimentos de segurança.
    Nota: Como podemos verificar, se retirarmos a explicação a esta frase, esta continuaria a fazer sentido. "O Pedro explicou-nos todos os procedimentos de segurança.". Mas em orações relativas restritivas isso já não acontece, pelo que não podem ser separadas por vírgula. Exemplo: Culparam-na de todos os males que atingiam o país.


  • Separar expressões explicativas ou conclusivas:

    A vírgula é também muito utilizada, para separar algumas palavras e expressões explicativas e conclusivas, tais como: isto é, na verdade, com efeito, sem dúvida, etc.
    Exemplo: Quase me levantei e fui imediatamente dizer o que pensava, ou seja, que achava uma estupidez o que eles estavam a fazer.
    Nota: Se estas palavras ou expressões estiverem inseridas na sequência da frase, estas não deverão ser separadas por vírgulas. Exemplo: Eu compreendo perfeitamente que não possas comparecer à festa.


  • Separar os advérvios sim e não, quando independentes:

    Utiliza-se vírgula para separar os advérbios sim e não, se estes forem independentes dentro da frase.
    Exemplos: Sim, eu sei como é difícil educar as crianças.
    Sim, eu ouvi o discurso dela e, não, não concordo com uma palavra do que disse.


  • Para assinalar que o verbo do predicado foi submetido numa segunda frase:

    Utiliza-se vírgula para separar o verbo do predicado a que está submetida uma segunda frase.
    Exemplo: A Sara sempre foi muito viva e alegre; a Patrícia, mais tímida e calada.
    Nota: o uso da vírgula é desaconselhado, quando se tratam de frases muito simples e claras. Exemplo: "Schiu, as paredes têm ouvidos, os montes olhos" - Aquilino Ribeiro, Terras do Demo


  • Não se utiliza a vírgula para:

    1. Separar o sujeito do predicado da fase. Exemplo: Este bolo é delicioso (não: Este bolo, é delicioso)
    2. Separar o verbo do complemento directo. Exemplo: O José fez um empadão de carne, que estava muito saboroso. (não: O José, fez um empadão de carne, que estava muito saboroso.)


Kangas


Fonte: Gramática do Português Moderno da Plátano Editora:
Kangas
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